Estava eu no serviço há cinco minutos atrás, em pleno horário de almoço. Não me lembro bem, estava desgustando algo estranho - aparentemente, eu tentava espetar o garfo no pedaço de carne e ela se desviava indo na direção contrária - quando me lembrei da minha doce e saudosa infância, em que eu fazia cirurgias em taturanas, congelava lagartixas vivas e fazia picolé de formiga. Enfins, coisas das mais comuns.
Api me lembrei de algo. Lá em casa tinha um barranco, e eu e meu pai fomos gentilmente arrancá-lo, pois naquela área seria construída uma casa. Perguntei pra ele se demorava (eu com 7 anos), e ele me disse que levava "2 palitos".
Chegamos no fim da tarde e o barranco não tinha chegado nem na metade. Eis que solto a pérola:
-Dois palitos demorados, hein?
Outro dia foi a vez da minha sobrinha soltar a pérola dela. Parece que ela recebeu toda a carga de inteligência dos dois lados da família, pois é praticamente impossível enganar ela. E olha que já deixei de subestimar a pentelhinha. Tá com 5 anos, mas o diálogo aconteceu quando ela tinha uns 3 anos:
-Lê, a vó não é sua mãe. A mãe da sua mãe é a sua avó, o pai do pai é seu avô e o irmão da sua mãe é seu tio, entendeu?
Ela parou, olhou pro meu irmão bem séria e disse
-Num entendi nada, para de confundir a minha cabeça.
Bom, acho que ela adora pegar no pé do meu irmão. Certa vez estávamos colocando areia para dentro do quintal, num local protegido. Ao que ela chega, pula para subir no colo do meu irmão.
Estávamos sem camisa e ela, vendo que meu irmão parecia um símio albino, disse:
-Tiiio, você tem bastante pelo, né?
-É...
-Meu pai não... Tio, você toma banho?
Texto para aumento de vistas:
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